domingo, 15 de setembro de 2013

A chacina



A poesia morreu
não para eles
Mas para o eu
Ontem foi assassinada

Dentro de mim definhou a lira,
Os sonetos não catam, não mais
Versos dissipados como fumaça
Depois de tragados com a esperança


Desci a ladeira correndo
Ouvi gritos, continuei a descer
Vi o ódio da sociedade a disparar
Cinco tiros quando saltei,
Dentro de um riacho de desespero.

Ontem às sete da noite
Faleceu a alegria de um prosélito
Faleceu a nostalgia do aventureiro
Faleceu a fé, o amor e a esperança.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Um “quarto” de gênio



Hoje me deu vontade de escrever,
Até li alguns trechos de poemas...
O desanimo, a falta de criatividade
Há tempos me cercam, ensaiei alguns versos,
Enrolei um pouco, atravessei o quarto,
Não adiantou continuei devendo...
Assisti “Álvaro de campos” escrevendo
E nem assim sentado ao lado de um gênio
Não consegui escrever miseras linhas de pensamento.

sábado, 8 de setembro de 2012

Rubros sentimentos


Minha menina, pequena menina
De vermelhos cachos e olhos puxados
Pele amarela que assim ela diz...
Dos sussurros da meia noite
À estrela do amanhecer
Eu fico a escutar o seu respirar
No amanhecer a espera
Do despertar de sonhos mil
Penso em nossa intimidade
Coisas que se falam
Sonhos que se projetam
Na simples sensação de estar perto
Delírio de planos fictícios
Que lhe arrancam sorrisos
E no embaraço das falas
Estou aqui a me perder  em palavras
Simplesmente para dizer 
não quero ficar sem você!

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Perfeita imperfeição


Como escrever se me sinto adormecido
Como escrever se me sinto entristecido
Como escrever se já não tem pensamento
Como escrever se meu coração tem esvanecido

Estou cansado de brincar com palavras
Lance sua ultima pra me dar esperança
E se ainda persisto na perseverança
É porque estou cansado de brincar com palavras

Poetas se perdem em seus pensamentos
Alimentam tristezas de momentos
Compartilham dores com os ventos
Que levam para longe tais sentimentos

Como podes se alegrar e sorrir com versos toscos
Que críticos irão ler e fazer diversos julgamentos
Como se o poeta tivesse por obrigação
Viver para encontrar justa perfeição

Perfeição?  perfeição de um mundo exigente
Perfeição? perfeição de um mundo injusto
Perfeição de seres imperfeitos como a gente

Cansei... Não parei...

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Sob pontes escuras


Mente não cria
Ciência anuncia
Crianças morrem
Pessoas sofrem

O mundo gira
A tristeza se ria
Moleque danado
Pobre esfomeado

Cheira as loucuras
Sob pontes escuras
Alimenta a cidade
Com triste beldade

Abre-se a caixa de pandora
Nem a esperança esta agora,
Encontraram-na nos braço
D’um tal desespero-cansaço

Um dia a felicidade
No outro a fatalidade
Moleque danado
Pobre esfomeado

Onde há fé?
Onde há Deus?
O abandono virou-lhe as costas
E o menino dormiu,
E ninguém mais o viu.