sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Flores

Alegrias fúnebres que trazem
Flores de uma floricultura
Representantes da ternura
Alegrias fúnebres me trazem

A uma donzela o romance
Aos parentes a despedida
Signo da felicidade e partida.
Presenteie-me ó amante!

Doce desejo de te entender
Amada criação da Eternidade,
Nas noites espreito o estender
De tuas pétalas em mocidade

No abandono da noite abri os braços
No cair das lágrimas fecha os olhos
Alimentas o amor e “amenizas” a dor
Dá às boas vindas e acompanha à despedida

Estás no inicio e estás no fim,
Privilégio que te convém,
Lucidez que abstém.

Esqueci o querer entender-te,
Estou contente em admirar-te,
Tu és a mais bela criação,
Pois de ti vem à inspiração.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

O lobo e a lua


O uivo solene do lobo que chama pela noite
O amor que teve e não foi esquecido
Compartilha as dores que enche de temor
Os que ouvem e não o compreendem

A ignorância do mito, a arrogância da lenda,
Bestificam as dores de chagas que sangram
A cada noite de luar
A cada noite iluminada
A cada noite sem descanso

Na aurora, no raiar do dia
Da tristeza a alegria
Da solidão a companhia

Ele vaga com a alcatéia,
Dormente e exausto
Espera por mais uma noite de luar
Onde sua alma será iluminada
E as dores não serão sentidas.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Benção e maldição


No poente do sol o espelho da esperança
Dos dias vindouros de alegria
No poente do sol o espelho da esperança
Das noites tristes de nostalgia

Nas noites de luar e tristeza mortifica
A benção de um filho esperado
Nas noites de luar e tristeza mortifica
A maldição de um destino inesperado

O vagalume brilha enchendo de ilusão
Uma noite presa em infinda escuridão
O azul marinho do céu revela
A cor dos pensamentos dela

Na noite fúnebre das esperanças vívidas
Uma moça caminha pela estrada
Deixando cair caixinhas preciosas
Cheias de esperança perdida

Anda sem rumo e nada espera
Anda sem rumo e nada quer
Anda sem rumo e nada espera

O anjo mortífero a seguiu
E de bruços a encontrou
Com olhos abertos para o fim da estrada
Não resistiu e entregou-se antes de terminar esta jornada.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

O bonde das seis


O esquecimento não é um malefício,
 Em algumas ocasiões como
 As nostalgias tortuosas
De um passado triste e feliz.
 Quando planos em plantas
 Mal desenhadas faziam sentido,
E não se perdiam em contradições.
De pé, de repente me senti homem!
As feridas deixadas pela queda
 Mostram-se cicatrizes que nunca se apagarão!
De pé, esperando o bonde das seis,
Eu vi de relance aquele beijo
Que a amnésia da queda havia encoberto!
De pé, eu vi... Eu vi uma lágrima a rolar,
Eu vi... Ele sair do trapiche, e se entregar
Aquele momento único de uma
Recordação “boa” entre tantas
 Farpas e maldições trocadas.
Entre tantas despedidas com
Frases feitas para um amor
Que jamais existiu...
Eu vi! Ele abrir mão dos planos...
Eu vi! Ele partir em busca da vida...
Eu vi! Ele aceitar o presente...
Eu vi! Ele de pé a sorrir...

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Desafeto desatento


Meu ébrio desejo,
Sufoca e entristece
Sob a falta d’teu beijo!

Deuses não ouvem,
Doridas lágrimas,
Das preces de amém.

Versos perdidos!
Versos partidos!
Versos sentidos!

No corpo das mulata,
Ameniza e esconde
As dores de tua falta!

De onde vem a loucura?
E a razão de tal tortura?
Olhar seco de amargura!

Vestígios tristes da solidão,
Ao tocar funesta canção,
Em acordes derretidos na ingratidão!

Misto de sentimentos
Em versos desatentos,
Que furtam este tormento.

Querer


Quando quero e tenho,
Já não quero mais!
Quando não quero e tenho,
Pra mim tanto faz!
Quando quero e não tenho,
Então corro atrás...
Quando não quero e não tenho,
Então o querer se desfaz!